29 janeiro 2006

"Eu não disse o que disse"

Tarifa da água pode aumentar em breve
Concessão Águas de Gondomar ultima proposta para baixar custo da ligação ao saneamento, mas que implicará agravamento de outras taxas
Por Jornal de Notícias (Texto:Hugo Silva) 25 de Janeiro de 2006
A Águas de Gondomar está a ultimar uma proposta para diminuição da taxa do ramal e caixa de ligação à rede de saneamento. O projecto, que deverá ser apresentado à Câmara Municipal de Gondomar no próximo mês, implicará, contudo, o aumento de outras tarifas pagas pelos 76 mil clientes da empresa concessionária dos sistemas de águas e de saneamento. Segundo Lobo Guerra, administrador da empresa, as duas possibilidades mais fortes em análise passam pelo aumento do preço da água ou pela criação de uma tarifa de disponibilidade de saneamento. Uma forma de recuperar a receita perdida com a diminuição de preços, explicam Lobo Guerra e Carlos Vieira, administradores da empresa. "Até ao final de Fevereiro devemos ter este processo completamente fechado", admitiu o responsável, ao JN, sublinhando que, depois, cabe à autarquia uma decisão política de avançar com as mudanças, que estão a ser estudadas pelos consultores financeiros da Águas de Gondomar. Até porque foi a Câmara que solicitou à empresa que revisse os tarifários das ligações ao saneamento, na sequência de muitos protestos de munícipes, nomeadamente da freguesia de S. Pedro da Cova. Na origem da polémica o preço exigido pela ligação obrigatória à rede de esgotos (mais de 1250 euros) e o facto dessa verba dizer respeito a tubagens com quatro metros, quando, em muitos casos, as ligações exigiam canos de comprimento inferior. Regras da concessão Lobo Guerra explica que a Águas de Gondomar limitou-se a cumprir o que estava estipulado no concurso lançado pela Câmara para a concessão dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento e (SMAS) cujas regras estipulavam preços de ramais de ligação ao saneamento apenas a partir de quatro metros. E, acrescentou, a Águas de Gondomar (empresa do grupo Somague, que ganhou a concessão e tomou conta dos serviços em Janeiro de 2002) até manteve os preços que eram praticados pelos SMAS. "Em S. Pedro da Cova [onde foram espoletados os protestos], existem 720 ramais e apenas 54 têm menos de quatro metros", fez questão de acrescentar o responsável. Carlos Vieira lembrou, ainda, que os utentes "sempre" puderam pagar as tarifas em 24 ou 48 meses e que os que "comprovadamente" não tenham recursos fazem-no sem qualquer taxa de juro. Recorde-se, porém, que só após os primeiros protestos da população essas possibilidades foram tornadas públicas. E que, na mesma altura - meados do ano passado -, foi anunciado pela empresa e pela Câmara que os ramais passariam a ser pagos de acordo com o seu comprimento efectivo, tendo sido criadas quatro novas categorias " até um metro, de 1, 10 a dois metros, de 2,10 a três metros e de 3,10 a quatro metros". Uma medida que, segundo os utentes, não foi por diante. Denúncia feita em Abril passado. Relações azedaram De resto, as relações entre a Águas de Gondomar e a autarquia azedaram de tal forma que o presidente da autarquia, Valentim Loureiro, em reunião de câmara pública, afirmou estar "desiludido" com a concessão, admitindo tomar "medidas drásticas". Lobo Guerra afirmou, ao JN, que a empresa enviou logo uma carta ao major, expressando a sua indignação pelo teor daquelas declarações "altamente lesivas da boa imagem da empresa". De imediato, Valentim reuniu-se com a Águas de Gondomar e procurou normalizar a situação, afirmando que, afinal, não era bem aquilo que queria dizer.

1 Comments:

At 7:28 da manhã, Anonymous Anónimo said...

podemos estar tranquilos pois temos Leonel Viana a defender os interesses da camara junto das aguas de gondomar. Aguas sao aguas revistas urb ii são revistas

 

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